5 razões que me levam a adorar Lesley Pearse
Sendo a Lesley Pearse a minha escritora favorita, aviso já que é bastante provável que vá falar bastante dela e dos seus livros aqui no blog. Por esse motivo, vou já dar assim as 5 principais razões que me levam a adorar a Lesley Pearse.
#1 - A personagem principal é sempre uma mulher
A Lesley viveu uma vida bastante trágica. Perdeu a mãe aos 3 anos enquanto o pai estava em alto-mar. O pai casou novamente e, junto com a madrasta, passaram a ser uma família de acolhimento. Teve uma adolescência e joventude repleta de más escolhas, más companhias, sempre numa demanda por amor e atenção. Foi casada 3 vezes, de onde nasceram 3 filhas, não conseguindo levar nenhum dos casamentos até ao fim. É por este motivo que, nos seus livros, a personagem é sempre uma mulher, que passa pelas maiores dificuldades e privações, tendo sempre um final o mais feliz possível.
#2 - Conseguimos entrar na pele das personagens
A sua escrita é incrível e apaixonante, dá ênfase às emoções e sentimentos das personagens, o que faz com que o leitor sinta todas essas emoções. Somos capazes de nos pormos na pele da personagem, de sentir a sua dor, a sua tristeza, a sua angústia, bem como a sua felicidade e harmonia.
#3 - Não tem medo de dizer as coisas
Já não há censura em maior parte dos países do mundo, mas mesmo assim os autores continuam a escrever livros politicamente corretos. Não usam certas expressões porque parece mal, não dizem certas palavras porque são palavrões ou são feias, não descrevem certas atitudes e certos gestos porque é rude ou forte ou não é muito bonito. A Lesley não é assim, ela escrever exatamente o que quer escrever, sem problemas, sem impedimentos, sem se travar. Quem não gostar de certas palavras ou expressões, então que ponha corretor por cima do seu próprio e mude, porque ela não se importa com suscetibilidades feridas.
#4 - Referências históricas
O que eu mais gosto num livro, seja qual for, é o facto da história se passar num momento histórico. Maior parte dos livros da autora ocorrem na Primeira ou na Segunda Guerra Mundial, mas sempre com perspetivas diferentes. Ao longo das suas obras, ela falou das trincheiras em França, dos bombardeamentos em Londres (e Inglaterra no geral), dos efeitos do pós-guerra nos soldados e famílias, nos feridos, na falta de cuidados médicos em tempo de guerra, e muitas outras situações que eu aprecio nestes livros.
#5 - Problemas reais, passados ou futuros
Muito à semelhança das referências históricas, esta escritora fala, em cada um dos livros, de algo que se passou, ou ainda se passa, e chama a atenção para a realidade nua e crua que muitas vezes não vem cá para fora. Estamos a falar da colonização da Austrália, que começou em 1788, com o objetivo de esvaziar as cadeiras de Inglaterra. Estamos a falar dos antigos manicómios e do tratamento deshumano e cruel que davam aos doentes. Estamos a falar também dos lares para crianças orfãs, em que as crianças eram abusadas, espancadas, mal tratadas, usadas como "pedreiros" nas construção de igrejas e casas para os padres. Estamos a falar de um conjunto de realidades que eu própria desconhecia e que passei a conhecer graças a Lesley Pearse.